A mídia escrita e televisiva tem alardeado muito, o movimento dos proprietários de postos de gasolina, no sentido de combinarem preços para seus produtos e serviços. Por outro lado, políticos oportunistas, (no sentido de aproveitarem as notícias para aparecerem juntamente com elas) não perdem oportunidade para pegarem carona e voltarem seu precioso tempo, pago com dinheiro público, para ganharem notoriedade ou reforçarem sua imagem perante seu eleitorado.
Respondendo a pergunta de “A Notícia On Line”, escrevi não acreditar que os donos de postos de gasolina estejam combinando preço e obtendo resultados práticos, pelo simples motivo que, devido a alta concorrência existente no setor, será muito difícil que cheguem sequer a conseguir reunir todos em uma sala. Mais improvável ainda que cheguem a um consenso, e quase impossível que todos obedeçam aos preços combinados. Se há cartel, há nas distribuidoras. São poucas e poderosas. Podem lotear o território nacional e combinar preços, começando pela Petrobrás, com a mesma facilidade com que fazem os fabricantes de automóveis, os cervejeiros, os bancos e outros detentores de monopólios como o próprio governo e suas empresas públicas ou cessionárias.
Para concluir, é meu entendimento que os donos de postos podem cobrar o preço que quiserem. Não há tabelamento ou qualquer restrição de ordem legal quanto a formação do preço de vendas. Os postos se multiplicam com uma velocidade espantosa e encontramos um a cada 500 metros na zona urbana. Os preços dos insumos são iguais já que os preços cobrados pelas distribuidoras devem ser muito parecidos, (não sou proprietário de postos e não conheço o setor) o que constitui um bom motivo para que cobrem preços próximos. O papel da imprensa está coreto, alerta a população e permite que esta procure defender-se. O que entendo não estar correto, é político pegando carona nas notícias para aparecer. Os políticos deveriam utilizar melhor o dinheiro pago pelo povo e preocuparem-se com questões mais relevantes do que alguns centavos no litro da gasolina. Tenho certeza de que encontrarão bastante trabalho para fazer verificando os setores oligopolistas, as permissionárias de serviços públicos e as próprias empresas do governo. ( Roberto de Souza Godinho – 02/06/2000)
